A hipertensão artéria
é um dos principais problemas de saúde pública e a doença mais comum em países
industrializados. Ela afeta aproximadamente 25% da população brasileira.
Existe um conjunto de causas potencialmente determinantes para sua ocorrência, no qual se destacam a idade, a obesidade, os hábitos alimentares inadequados, o tabagismo, a inatividade física e os fatores genéticos. Hoje falaremos da influencia genética na hipertensão.
Existe um conjunto de causas potencialmente determinantes para sua ocorrência, no qual se destacam a idade, a obesidade, os hábitos alimentares inadequados, o tabagismo, a inatividade física e os fatores genéticos. Hoje falaremos da influencia genética na hipertensão.
A hipertensão é classificada
como uma doença genética complexa e que na maioria dos casos é resultado final
da interação entre fatores genéticos, ambientais e demográficos. Estima-se que
a contribuição da carga genética para a variação da pressão arterial está entre
30 e 50%; em gêmeos univitelinos esse valor sobe para 60%.
Porém os fatores
genéticos relacionados com o desenvolvimento da doença ainda não são bem
conhecidos. Uma das estratégias
mais utilizadas para tentar identificar o locus genético com a predisposição
para o desenvolvimento dessa doença é a investigação com genes candidatos. Essa
estratégia baseia-se no principio de que
um ou mais genes (envolvidos em funções fisiológicas específicas) contribuem
para a variação da pressão arterial.
Até o momento 19 regiões cromossômicas estão envolvidas. Um dos
genes comprovadamente relacionado é o Angiotensinogênio (AGT), precursor da
angiotensina (já falada em outro post).
O AGT está localizado na região cromossômica l q42-q43 e é expresso principalmente no fígado. Dentre todos os polimorfismos de nucleotídeos único descritos para o gene AGT, poucos foram relacionados com a hipertensão. Em um estudo, feito com a população chinesa, mostrou que as variantes M235T e T174M, especialmente o alelo T235, contribuem para um aumento no risco de hipertensão. Vale ressaltar que apesar de raras, existem formas mendelianas de desenvolvimento da doença que afetam, principalmente, o sistema de reabsorção renal.
Em estudos realizados com famílias formadas por hipertensos, notou-se um
maior nível de pressão arterial nos filhos biológicos em relação aos
filhos adotivos. Também se notou uma maior semelhança entre a pressão
arterial de dois gêmeos univitelinos em relação a gêmeos bivitelinos. É
por isso que pessoas com histórico familiar de hipertensão estão mais
susceptíveis a apresentar o quadro hipertensivo.
Trata-se de uma desordem hereditária,
de caráter autossômico dominante, caracterizada por início, habitualmente
grave, de hipertensão relacionada à baixa atividade de renina no plasma sanguíneo, alcalose
metabólica resultante da hipocalcemia e hipoaldosteronismo, devido à baixa
secreção de aldosterona.
A causa desta
desordem é a ocorrência de uma alteração no canal de sódio, em decorrência de
uma mutação genética no locus 16p13-p12. Isso faz com que haja um aumento da
atividade deste canal, resultando no exacerbada reabsorção de sódio. Este fator
ocasiona hipertensão.
A hipertensão, que é
o primeiro indicativo da síndrome, costuma ser diagnosticada durante um exame físico de rotina.
Uma vez que esta síndrome é rara, ela só pode ser levada em conta quando a
criança não responde a agentes anti-hipertensivos.A genética também influencia na escolha e no funcionamento dos medicamentos anti-hipertensivos. É a chamada Farmacogenética.
A farmacogenética (ou farmacogenômica) é uma área da farmacologia clínica que estuda a relação entre os medicamentos e o metabolismo de grupos de indivíduos genomicamente parecidos. Existem variações genéticas que alteram a suscetibilidade de grupos de pessoas a vários medicamentos. Essas alterações causam variação da sensibilidade aos fármacos, fenômeno que é responsável pelas reações adversas inesperadas e pela baixa taxa de efetividade de alguns medicamentos em certas pessoas.
A ideia é preparar medicamentos específicos para cada padrão de grupos populacionais com variação de sensibilidade através de um perfil genético dos pacientes com exames simples de rotina.
Baseado nos artigos:
-> http://www.scielo.br/pdf/jped/v78n3/v78n3a15.pdf
-> http://www.spc.pt/DL/RPC/artigos/634.pdf
-> http://periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/download/1980-0037.2009v11n3p341/16504
e no site:
-> http://ce.ligahumanista.org.br/2011/08/o-que-e-farmacogenetica-e-onde-esta-sua.html
Ótima matéria!Parabéns!
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