sábado, 19 de outubro de 2013

Flavonóides e hipertensão: qual sua relação? - por Amanda Moreira

                                         

     Segundo dados do IBGE, cerca de 35% da população brasileira acima de 40 anos é hipertensa. Cerca de 75% dessas pessoas recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento.Essa doença é uma das principais responsáveis pela mortalidade cardiovascular brasileira, pois dela decorre uma série de outras doenças como o derrame e o AVE (Acidente Vascular Encefálico). Cerca de 40% das vítimas de infarto do miocárdio tem como origem a hipertensão.
     Como resultado desse aumento de complicações decorrentes da hipertensão, estudos foram feitos para encontrar possíveis alternativas de diminuição da pressão arterial a partir de recursos naturais. Como resultado de pesquisas feitas, sugere-se que o consumo de frutas, vegetais e chás protegem o organismo contra derrames possivelmente devido à atividade antioxidante destes alimentos. Outro fator destacado está na presença ,nesses alimentos vegetais, de uma classe de substâncias não sintetizadas pelo homem ;os flavonóides.
     Esses são substáncias aromáticas contendo 15 átomos de carbono o (C15) no seu esqueleto básico. Este grupo de compostos polifenólicos apresenta uma estrutura comum caracterizada por dois anéis aromáticos (A e B) e um heterociclo oxigenado (anel C), formando um sistema C6-C3-C6.
     Como os flavonóides atuam?
   Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) podem ser modificadas por radicais livres 
que oxidam os ácidos graxos poliinsaturados na molécula de LDL. LDLs modificadas são 
facilmente absorvidas por macrófagos e tornam-se tóxicas para o endotélio dos vasos sanguíneos, formando placas ateroscleróticas. Dessa forma, pesquisas mostram que os flavonóides inibem a oxidação dos LDLs pelos macrófagos de duas maneiras: pela inibição da hidroxilação da LDL ou por oxidação preventiva do α-tocoferol que está presente em lipoproteínas. Essa caracteísticas do composto bloqueiam a oxidação da LDL, diminuindo a formação de placas ateroscleróticas que reduzem a rigidez 
arterial, deixando as artérias mais susceptíveis aos estímulos endógenos de vasodilatação.
     Outro mecanismo sugere que os radicais livres acentuam a trombogênese pelo 
aumento da agregação plaquetária. Tem sido postulado que flavonóis e flavonas podem inibir 
a atividade da lipoxigenase e ciclooxigenase, levando a uma diminuição da agregação de 
plaquetas e uma redução da tendência à trombose.

     Esses estudos ajudam a explicar o " paradoxo francês", que se refere à baixa incidência a de doenças cardíacas na maioria dos países ocidentais com hábitos de vida semelhantes10. Uma possível explicação para esse paradoxo seria o alto consumo de vinho tinto, já que, além do álcool, esta bebida contém altos níveis de flavonóides, os quais têm uma atuação que protege o organismo de doenças cardiovasculares.
     Além da sua ação antioxidante, os compostos fenólicos também atuam protetores e regeneradores dos antioxidantes primários do organismo, como o ácido ascórbico(vitamina C), o tocoferol (Vitamina E) e o β-caroteno (Vitamina A).Com isso, o consumo contínuo e moderado de vinho, bem como a ingestão de frutas e 
também de vegetais contendo estes antioxidantes, podem inibir as reações oxidativas deletérias aos tecidos, ou ao menos retardar os fenômenos fisiopatológicos da aterosclerose e da trombôgenese.
     Outras características benéficas dos flavonóides está relacionado a sua proteção contra o infarto do miocárdio.O risco relativo para mortalidade por doença coronária cardíaca e incidência do 1º infarto do miocárdio é aproximadamente 50% mais baixo nas pessoas que consomem muito flavonóides do que 
naquelas que consomem pouco.
    Além do mais, descobriu-se que o chá verde ajuda a reduzir a pressão sanguinea por conter doses de flavonóides na sua composição química.
     Dessa forma, pode-se concluir que embora estejam a nossa disposição uma série de fármacos desenvolvidos por meio de grandes pesquisas, ainda podemos recorrer a recursos naturais e a uma boa alimentação para nos livrarmos e precavermos de doenças que acometem grande parte da população mundial.  

Baseado no artigo científico: http://artigocientifico.uol.com.br/uploads/artc_1189124935_21.pdf                                                    

       

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