A
hipertensão é um dos fatores que aumenta a chance de doenças cardiovasculares. Dentre
outros modelos usados para explicar essa doença, há um que está associado à ativação
das metaloproteinases de matriz extracelular (ou MMPs), o modelo 2
rins-1clipe(2R1C).
As MMPs são um grupo de enzimas que degradam vários componentes da
matriz extracelular, como colágeno e elastina, fazendo a remodelagem e
renovação do tecido. Quando não são devidamente controladas (ou seja, quando
não são inibidas) elas estão envolvidas na progressão de doenças como esclerose
múltipla e câncer.
Existem
vários tipo que se diferenciam só pela estrutura e pelo que degradam. A MMP-2 e
a MMP-9 são gelatinases (degradam colágeno desnaturado) têm um papel importante
nas doenças cardiovasculares.
Elas
são inibidas pelos seus inibidores teciduais (TIMPs), que se expressam durante
a remodelação tecidual contribuindo para manter o equilíbrio metabólico e
estrutural da matriz. O TIMP-1 inibe preferencialmente a MMP-9 e o TIMP-2, a
MMP-2. Ligar os TIMPs com seus MMPs previne a degradação deles, mas no caso da
hipertensão ocorre desequilíbrio entre essa ligação, levando à degradação
excessiva das proteínas da matriz.
Quando são sintetizadas, elas ficam na forma inativa, e só são ativadas por outras MMPs ou, em alguns tecidos, pelas citocinas, que são proteínas que modulam a função de outras células, ou por hormônios.
Quando são sintetizadas, elas ficam na forma inativa, e só são ativadas por outras MMPs ou, em alguns tecidos, pelas citocinas, que são proteínas que modulam a função de outras células, ou por hormônios.
Portanto,
como MMPs têm um papel importante na progressão de doenças vasculares, a sua
inibição tem sido estudada a fim de ser uma importante estratégia terapêutica para
tratar doenças, assim como as consequências da hipertensão arterial.
-->Alterações
fisiopatológicas da hipertensão
Durante
a hipertensão ocorrem varias alterações como o estresse oxidativo e um
remodelamento vascular, que envolve as MMPs e a mudança estrutural da matriz
celular.
Em condições fisiológicas, a elasticidade dos grandes vasos atenua as variações de pressão.Porém, em condições de hipertensão, há mudanças na parede da artéria chamadas de remodelamento vascular. Algumas dessas mudanças são: disfunção endotelial, espessamento da parede, hipertrofia, apoptose celular e deposição dos componentes da matriz extracelular.
Em condições fisiológicas, a elasticidade dos grandes vasos atenua as variações de pressão.Porém, em condições de hipertensão, há mudanças na parede da artéria chamadas de remodelamento vascular. Algumas dessas mudanças são: disfunção endotelial, espessamento da parede, hipertrofia, apoptose celular e deposição dos componentes da matriz extracelular.
-->O
modelo de hipertensão 2R1C
Esse modelo desenvolvido por Goldblatt é relacionado à ativação do sistema renina-angiotensina.
O
sistema renina-angiotensina também é conhecido como sistema renina-angiotensina-aldosterona.
Seu funcionamento é baseado em responder a uma instabilidade hemodinâmica e evitar a
redução na perfusão tecidual sistêmica. Atua de modo a reverter a tendência à
hipotensão arterial através da indução da vasoconstriçã.
Nesse
modelo, ocorre inicialmente uma diminuição na perfusão renal, que leva a
liberação de renina e a subseqüente produção de angiotensina II circulante (Ang
II), o que resulta em vasoconstrição acentuada, retenção de sódio(através da
aldosterona) e água (através da liberação de ADH) e outros fatores levando a um
aumento da pressão arterial.
A Ang
II ativa NADPH e, subsequentemente, aumenta a produção de espécies reativas
de oxigênio (EROs). Nesse contexto, demonstrou-se que as EROs podem ativar a
MMP-2 e MMP-9 , produzindo um dano vascular e renal devido ao aumento da
atividade das MMPs.
-->A importância da MMP na hipertenção arterial
Como visto, o estresse oxidativo ativa as MMPs, principalmente a MMP-2. Desse modo, algumas drogas anti-hipetensivas são capazes de atenuar o aumento do estresse oxidativo e, consequentemente, da atividade da MMP-2.
Embora as MMPs sejam conhecidas como remodeladoras da matriz, elas também podem aumentar a contratilidade vascular ao clivar peptideos envolvidos no controle do tônus vascular.
Considerando-se que evidencias apontam a participação das MMPs no desenvolvimento e progressão de diversas doenças cardiovasculares, inibi-las pode ser muito importante. Essa inibição pode ser feita pela doxiciclina, uma tetraciclina capaz de inibir a atividade das MMPs independentemente de sua ação e único inibidor aprovado para uso clinico. Além disso, o uso da doxiciclina tem demonstrado efeitos benéficos no tratamento de doenças em que as MMPs também atuam, como aneurisma, infarto agudo do miocárdio e câncer de colo retal.
Embora as MMPs sejam conhecidas como remodeladoras da matriz, elas também podem aumentar a contratilidade vascular ao clivar peptideos envolvidos no controle do tônus vascular.
Considerando-se que evidencias apontam a participação das MMPs no desenvolvimento e progressão de diversas doenças cardiovasculares, inibi-las pode ser muito importante. Essa inibição pode ser feita pela doxiciclina, uma tetraciclina capaz de inibir a atividade das MMPs independentemente de sua ação e único inibidor aprovado para uso clinico. Além disso, o uso da doxiciclina tem demonstrado efeitos benéficos no tratamento de doenças em que as MMPs também atuam, como aneurisma, infarto agudo do miocárdio e câncer de colo retal.
Baseado no artigo: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/17-4/espaco-inibicao.pdf
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