domingo, 17 de novembro de 2013

Sistema renina-angiotensina-aldosterona- por Amanda Moreira

 O sistema renina-angiotensina-aldosterona faz parte do sistema endócrino, cuja principal atuante é a angiotensina II, que é secretada em resposta a estímulos fisiológicos.
  A angiotensina II é um oligopéptido constituído por oito aminoácidos, formado a partir do seu precursor original, o angiotensinogénio, através de duas clivagens enzimáticas. O angiotensinogénio é libertado na circulação pelo fígado. A renina, produzida pelo rim, em resposta à hipoperfusão glomerular, catalisa a clivagem do angiotensinogénio em angiotensina I, um decapéptido. A angiotensina I é por sua vez clivada pelo enzima conversor da angiotensina (ECA) para produzir o octapéptido angiotensina II.
  O papel da angiotensina II sobre a hipertensão arterial está relacionada ao fato da mesma ser um importante vasoconstritor, fator responsável pelo aumento da pressão arterial, uma vez que o diâmetro do vaso para a passagem do sangue é diminuido.
    Outro agravante da angiotensina II é a estimulação da secreção do hormônio aldosterona, produzido pela glândula supra-renal, que atua na retenção de sódio- acasionando o aumento de volume do sangue e o consequente aumento da pressão arterial- nos rins e a eliminação de potássio.

Interação do sistema reninaangiotensina e a insulina
   Uma complexa interação celular entre o SRA (Sistema renina- angiotensina) e a sinalização da insulina inclui uma via de sinalização compartilhada que envolve o trifosfato inositol (PI3), a proteína quinase ativada por mitógenos (MAP quinase) e a fosforilação dos substratos dos receptores de insulina IRS1 e IRS2. A ativação da fosforilação dos substratos do receptor da insulina (IRS1 e IRS2) ativa o PI3, enquanto a ativação do receptor da Ang II (AT1) inibe o IP3 quinase. Portanto, a ativação do SRA pode inibir as ações metabólicas da insulina via IP3 quinase e, sinergicamente, promover um efeito proliferativo via estímulo da MAP quinase32.
   Além disso, tanto a hiperglicemia quanto a hiperinsulinemia ativam o SRA por aumentarem a expressão do angiotensinogênio, da Ang II e do receptor AT1, podendo contribuir para o desenvolvimento da hipertensão em indivíduos com resistência à insulina32. Adicionalmente, a Ang II agindo via receptores AT1 é uma potente estimuladora da NADPH oxidase, que parece já estar aumentada em estados hiperglicêmicos, uma das principais fontes das ROS. Esse aumento do estresse oxidativo provoca disfunção endotelial, inflamação, hipertrofia da musculatura lisa dos vasos e remodelamento vascular32. Também tem sido proposto que o estresse oxidativo pode estimular a formação de produtos finais da glicação avançada, formados através da glicação não enzimática de aminoácidos sobre proteínas, lipídios e ácidos nucleicos. Essas moléculas podem ter um papel importante na patogênese da lesão vascular dos estados hiperglicêmicos, dependendo, pelo menos em parte, da geração das ROS dependente de NADPH32.

                                     

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