segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Complicações da hipertensão: Crise hipertensiva - Por Nathália Rocha


        Hoje falaremos sobre uma das formas de complicação da hipertensão, a crise hipertensiva. 

      A crise hipertensiva ocorre com o aumento repentino, rápido, inadequado, intenso e sintomático da pressão arterial (PA), com ou sem risco de haver deterioração rápida dos órgãos-alvo, podendo levar a risco de vida. Os órgãos-alvo da crise hipertensiva são o coração, os olhos, o cérebro e os rins. 

       A pressão arterial diastólica ou mínima é de 110 mmHg. Os níveis de PA em uma crise hipertensiva são superiores a este número, gerando risco de vida que pode ser potencial e imediato. Tal elevação da pressão apresenta sinais e sintomas agudos de intensidade severa e grave, com possibilidade de deterioração rápida dos órgãos-alvo. 

       Como calcular a hipertensão arterial (PA)? PA é igual ao volume do sangue que sai do coração (VS) vezes a resistência periférica do nosso organismo (RP), ou seja, PA = VS x RP. O volume de sangue que sai do coração não sofre muitas mudanças, a não ser em casos de excesso de volume sanguíneo circulando ou de falência de órgão; logo a maioria dos casos de hipertensão arterial ocorre por mudança da resistência periférica. E como ocorre o aumento repentino da resistência periférica? O aumento repentino ocorre pela falta de regulação neurodinâmica dos mecanismos que regulam a pressão arterial. 

       Existem vários fatores patológicos que influenciam e geram a alteração da resistência periférica. Fatores neurológicos, vasculares, medicamentosos, drogas e secreção inapropriada de hormônios são exemplos.

       Há 3 formas de classificação da crise hipertensiva, classificações estas que são feitas de acordo com o nível pressórico e lesão de órgão-alvo. Estas 3 classificações são: 
(1) - Pseudocrise hipertensiva: PA > 180/110 mmHg, assintomática, sem sinais de lesão de órgão-alvo; 
(2) - Urgência hipertensiva: PA > 18/110 mmHg, com sinais de lesão aguda de órgão-alvo. Necessidade de redução tensional em até 24 horas;
(3) - Emergência hipertensiva: PA > 220/120 mmHg, com lesão aguda de órgão-alvo, potencialmente letais. Necessidade de redução tensional em minutos.
      
        Quais são os tipos de lesão? A crise hipertensiva caracteriza-se por uma situação de perigo ao paciente devido às consequências da própria pressão arterial elevada. Nesse caso, existem duas situações:
(1) - O quadro clínico é causado pelo efeito da hipertensão em si. Uma hipertensão grave de instalação aguda pode causar lesões orgânicas, decorrentes de ruptura vascular (AVE hemorrágico) ou extravasamento de líquido (encefalopatia hipertensiva), hiperplasia arteriolar aguda (nefroesclerose hipertensiva maligna), e elevação das pressões de enchimento ventricular (EAP hipertensivo). A retina é o tecido em que podemos ver a olho nu o equivalente dessas lesões vasculares, através da fundoscopia.
(2) - Existe uma patologia aguda associada cuja evolução está sendo agravada pela hipertensão. O infarto agudo do miocárdio, a angina instável e a dissecção aórtica aguda são exemplos dessas patologias. O aumento excessivo da pós-carga eleva bastante o consumo miocárdico de O2 (aumenta o trabalho do miocárdio), estendendo a área de infarto e piorando a isquemia miocárdica. Uma dissecção aórtica pode evoluir com ruptura e choque hemorrágico fatal, devido ao efeito da hipertensão sobre a parede da aorta doente.  

        Como identificar a doença? A crise hipertensiva é acompanhada de alguns sinais e sintomas em alguns órgãos. Há abaixo uma tabela com sinais clínicos de lesão de órgão-alvo que auxilia na diferenciação de crise hipertensiva em urgência e emergência: 

Neurológicos – Evidência de aumento da pressão intracraniana
Confusão, agitação psicomotora desproporcional ao estado clínico, cefaléia súbita intensa, rebaixamento do nível de consciência, déficit neurológico focal, alteração pupilar, convulsão.
Cardiovasculares – Sinais de descompensação cardíaca aguda
Dor torácica anginosa típica, dor torácica sugestiva de dissecção de aorta, taquicardia intensa, má perfusão periférica, sudorese profusa, B3, estase jugular, assimetria de pulsos, sopro diastólico em foco aórtico, massa abdominal pulsátil + dor abdominal intensa
Pulmonares – Principalmente se associados à alteração do nível de consciência
Desconforto respiratório intenso sem causa pulmonar aparente, dor torácica súbita pleurítica, estertor crepitante (agudo), hemoptise, hipóxia persistente e hipercapnia, sinais radiológicos de edema pulmonar
Renais
Oligoanúria, proteinúria, hematúria e níveis aumentados de uréia e creatinina (principalmente azotemia aguda e progressiva)
Hematológicos
Anemia hemolítica microangiopática/esquizócitos
Oftalmológicos
Fundoscopia: exsudatos, edema de papila
     

Tipos de dissecção aórtica aguda (uma das patologias que melhor representam a crise hipertensiva).



Fontes:
(1) - http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?242&-hipertensao-arterial-crise-hipertensiva

Um comentário:

  1. Artigo excelente, sobre o tratamento da hipertensão vejam no meu blog uma maneira totalmente eficiente de controlar a pressão arterial sem o uso de medicamentos que mais fazem mal do que de fato trazem benefícios. é o controle da pressão arterial atraves dos alimentos. metodo criado pela Dr Wanicleide. http://lapaivastore.com.br/programa-hipertensao-controlada/

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